segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Famílias invadem casas Araucária 2 em Arapongas

Grupo não foi contemplado em sorteios recentes e contesta critérios de seleção


Caixa Econômica Federal invadiram dezenas de moradias do Residencial Araucária II, o mais recente empreendimento entregue no município pelo Programa “Minha Casa, Minha Vida”. Intitulando-se como “pobres e revoltados”, os ocupantes questionam o fato de algumas residências permanecerem vazias mais de um mês depois da entrega das chaves. 

Um dos invasores, Everson Diniz Lopes, de 33 anos, informa que o grupo teria anunciado ao bairro um mês antes sobre a tomada das casas caso os reais proprietários não se mudassem. Como a situação permaneceu a mesma, o movimento arrombou as portas e trocou as fechaduras a partirdo último domingo. “Hoje são 75 casas invadidas e apenas três vazias”, afirma o trabalhador autônomo, rodeado de outros ocupantes que receberam a reportagem na tarde de ontem. O número, entretanto, é contestado pela Caixa Econômica. 

Segundo Rosana Andrade, de 26 anos, a iniciativa partiu de pessoas que estão há vários anos na fila de espera no município. Ela critica a seleção das pessoas contempladas. “Invadimos porque precisamos. Tem muita gente que ganhou (moradia) que não é baixa renda. Tem gente até querendo alugar as casas”, afirma Rosana, que foi uma das primeiras a idealizar o movimento. “Somos pobres e revoltados com essa situação. Me inscrevi há 4 anos, mas a assistência social não encaminha meu cadastro”, define. A pensionista Maria Teresa, de 73 anos, está entre os invasores. “A gente precisa, ‘né’?”, justifica. 

NOTA DA CAIXA

Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, em Londrina, a Caixa contesta o número de residências ocupadas informado pelos moradores. “A Caixa informa que 26 unidades, do Residencial Araucária II, foram invadidas. Três unidades já foram desocupadas voluntariamente e as outras 23 estão em processo de ajuizamento da ação para reintegração de posse”, diz anota. 

“NÃO SELECIONAMOS”

No final da tarde de ontem, a reportagem procurou o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Arapongas, responsável pelo cadastro dos moradores, mas os funcionários informaram que ninguém ali teria autoridade para falar sobre o assunto. O secretário municipal de governo, Vanderlei Sartori, por sua vez, afirma que foi a administração anterior quem realizou o sorteio dos moradores contemplados pelas moradias. “O sorteio da Caixa (Econômica Federal) que acompanhamos (em junho) foi para definir quem fica com qual casa. Os contemplados já estavam definidos”, explica o secretário. 

Estimado em cerca de quatro mil famílias, o déficit habitacional é tido como um dos maiores desafios para a atual gestão em Arapongas.


fonte tnonline 

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