terça-feira, 23 de julho de 2013
Mulheres no tráfico preocupam autoridades
O número de mulheres presas por envolvimento com o tráfico de drogas em Arapongas está preocupando as autoridades locais. Dados da 30ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) revelam que atualmente 19 mulheres permanecem detidas na Cadeia Pública daquele município por tráfico. Até julho do ano passado eram seis.
Levantamento da 7ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) também demonstra aumento das atividades femininas no crime. Só este ano, 14 mulheres foram encaminhadas pela PM por envolvimento com entorpecentes. Todas com idades entre 18 a 38 anos. No entanto nem todas continuaram presas. Na última semana, a PM prendeu uma mulher comercializando crack e dois papelotes de cocaína escondidas no sutiã. Outra entregou à PM 206 pedras de crack que seriam de sua filha adolescente, que não chegou a ser apreendida.
Geralmente, esposas, namoradas ou parentes de integrantes do esquema acabam enveredando pelo mundo do crime devido o laço afetivo, diz a polícia. “Percebemos a maioria possui relação com algum integrante. Existem casos, por exemplo, onde o marido ou amásio é preso e a mulher acaba assumindo a função dele”, analisa o capitão Vilson Laurentino da Silva, subcomandante da 7ª CIPM.
A atuação de mulheres no tráfico de drogas também é interpretada como estratégia para driblar a polícia.
“É comum o envolvimento em transporte da droga, pois a mulher chama menos a atenção. E também porque não é sempre que há policial feminino para fazer a revista, o que dificulta a abordagem. Por conta disso, aumentamos o efetivo feminino para intensificar esse tipo de operação”, informa.
Existem casos de pontos de venda sendo chefiados por mulheres na região, apesar da maior parte das integrantes atuarem de forma indireta nos delitos como distribuidoras. Como exemplo recente o capitão cita o caso de Wilce Cristina Nicolau, presa em sua casa na última segunda-feira. Durante revista pessoal a polícia encontrou 15 papelotes de crack e 2 de cocaína escondidas dento de seu sutiã. A polícia chegou até o local pois recebeu informações que a residência seria um ponto de tráfico de drogas. “Há pouco tempo também, em Sabáudia, uma traficante foi presa com aproximadamente 40 pedras crack. Ela coordenava as ações naquela região e distribuía para outras ‘biqueiras’”.
OUTROS DELITOS - O sexo feminino também está presente em ocorrências de furtos e roubos. Atualmente três mulheres estão presas na Cadeia Pública devido a prática destes delitos. “Não é que esteja havendo um aumento desse tipo de participação, mas existe uma parcela de mulheres que praticam roubos e furtos”, frisa o superintendente Kleber Ulisses, da 30ª DRP.
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