De acordo com a secretaria, o terreno apresenta um desnível acentuado, o que impossibilitou a utilização do projeto original de construção. A Seju então solicitou um novo projeto, desta vez adaptado à realidade do terreno. Este novo projeto teria ficado caro demais, inviabilizando a construção no local.
“O Governo do Estado ainda possui a intenção de construir uma unidade penitenciária em Apucarana. No entanto, não existem mais recursos garantidos para essa obra”, afirma o diretor do Departamento de Execução Penal (Depen), Maurício Kuehne.
Segundo ele, os recursos que haviam sido garantidos para o novo presídio de Apucarana irão para uma nova unidade em Piraquara. “Queremos conversar com a Prefeitura de Apucarana para viabilizar uma nova localidade para a construção da penitenciária. Essa construção deverá ficar para o ano que vem, já que o cronograma para este ano já foi definido”, explica o diretor.
O diretor do Depen explica que o Minipresídio de Apucarana deve receber melhorias. “O Minipresídio deverá receber recursos para melhorar as condições existentes. Também queremos transferir pelo menos os condenados para penitenciárias”, afirma ele, reconhecendo que estas são intenções do Governo Estadual, mas que não há um projeto concreto para estas medidas.
“Dependemos das novas unidades para fazermos transferências. Não podemos perder esses recursos, por isso tivemos que reverter o dinheiro para Piraquara, ou perderíamos o prazo”, explica.
INESPERADO - O prefeito de Apucarana, Beto Preto (PT), afirma ter recebido com surpresa a informação e afirma que ainda não definiu o posicionamento da Prefeitura nessa questão. “Quero sentar e conversar com calma com a Secretaria Estadual de Justiça e com o governador do estado para resolver esta questão”.
Beto Preto afirma que é preciso avaliar com cuidado a possibilidade de ceder um novo terreno para a Seju. “Não temos dinheiro sobrando. Apucarana é o município mais endividado do Paraná. Não podemos nos dar ao luxo de ficar comprando e doando terrenos assim. Mas correremos atrás, assim como já fizemos com o Centro de Socioeducação (Cense)”.
Ele criticou a administração do ex-prefeito João Carlos de Oliveira (PMDB), que cedeu o terreno para o estado. “É um absurdo. Escolheram uma área inviável para a construção, e agora ficaremos sem essa obra, que já estava garantida pelo governo”.
João Carlos se defende. “Fui surpreendido com essa atitude da Seju. Antes de adquirirmos o terreno para que ele pudesse ser doado ao Estado, houve uma vistoria do governo em outros dois locais, e eles escolheram justamente o terreno que agora rejeitam. Fizemos tudo o que foi pedido, e tudo estava aprovado”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário