segunda-feira, 15 de julho de 2013

Estudo da PRF aponta o mapa dos acidentes da BR-376 e BR-369

A curva dos prefeitos, a Serrinha, o Trópico de Capricórnio. Quem trafega pelas rodovias federais da região e conhece o histórico de acidentes desses pontos tira o pé do acelerador e redobra atenção ao passar por esses pontos da BR-376 e BR-369. Os três locais são apontados em levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) como os pontos críticos em termos de riscos de acidentes.

Ao todo, 535 acidentes e 14 mortes ocorreram no primeiro semestre deste ano nessas estradas federais nos trechos da área de cobertura da PRF de Londrina: BR-369 entre Apucarana e Londrina e BR-376 entre Apucarana e Mauá da Serra.

Na Rodovia do Café, a pesquisa destaca o km 240 até o km 255 como o trecho mais perigoso, com 44 acidentes, 39 feridos e dois mortos. Na última quinta-feira, o número de mortes sofre acréscimo por conta da colisão entre dois caminhões, que causou a morte de duas pessoas deixando outras três feridas. O acidente foi no km 253. Nessa área, segundo a PRF, o trânsito costuma ser mais lento em razão do alto fluxo de caminhões, levando alguns motoristas a realizarem ultrapassagens perigosas em pontos de faixa contínua. Em Arapongas, o estudo considera o trecho próximo ao Terminal Rodoviário e o Trópico de Capricórnio como os mais perigosos. Nos trechos, houve a ocorrência de 56 acidentes.

Caminhoneiro há mais de 30 anos, Antônio de Carvalho, 51 anos, conhece bem essas áreas de risco. Todos os dias o motorista sai de Mauá da Serra e segue até Arapongas. O trajeto o fez conhecer de perto todos os perigos que a estrada pode oferecer. 
“Nestes trechos sempre acontecem acidentes. Já presenciei vários. Em janeiro dois caminhões bateram de frente. Um dos motoristas morreu. Quando passei pelo local o motor do caminhão ainda estava rodando na pista”, conta o motorista se referindo ao km 250 da BR-376.

Carvalho observa que mudanças na via, como a duplicação que iniciará em breve, são necessárias para melhorar o tráfego de veículos, no entanto, salienta que sem a conscientização dos motoristas não há como ter segurança nas vias. “Ninguém quer ficar atrás de um veículo lento e pesado como o caminhão por isso acabam fazendo ultrapassagens perigosas e provocando acidentes. Já perdi muitos companheiros por conta desse tipo de imprudência”, comenta.

O trecho próximo ao 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado, situado no km 245 também é considerado pela PRF como ponto crítico. O acidente mais comum no local é o atropelamento, por conta do grande fluxo de veículos somado ao número elevado de pedestres que atravessam a pista. 

TRÓPICO - Outro entre os mais perigosos fica entre os kms 185 e 190 da Rodovia Melo Peixoto (BR-369), na altura do Trópico de Capricórnio, em Arapongas, onde alta velocidade é o maior problema. “Assim como ocorre em Cambé, a pista é duplicada e reta, com boa sinalização e propícia para trafegar. O condutor está preso no fluxo da cidade e quando entra na rodovia em pista dupla e livre, aumenta a velocidade e acaba causando acidentes”, explica o inspetor da PRF Junior Cavalcanti. O inspetor salienta que a PRF realiza trabalhos com radares estáticos nesses pontos onde os motoristas costumam ultrapassar o limite de velocidade permitido.

Cavalcanti concorda com a necessidade de obras, porém assinala que a duplicação do trecho da BR-376 já tem previsão. “Não é duplicada, porém possui boa sinalização. Infelizmente são os motoristas que não respeitam. Os acidentes naquele trecho estão ligados diretamente a ultrapassagem proibida. O condutor deve ficar atento ás condições da via, manter o veículo em boas condições e, principalmente, dirigir com prudência”, aconselha.

REDUÇÃO - O levantamento obtido pela Tribuna do Norte, realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), aponta redução de 14,4% no número de acidentes no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Neste ano a BR-376 registrou 246 acidentes contra 268 do ano passado. Já na BR-369, aconteceram 289 ocorrências este ano. Em 2012 foram 357. O índice de gravidade demonstrado no estudo será utilizado pela instituição para focar fiscalizações e tentar diminuir a gravidade nesses pontos.

Nenhum comentário: