Cirurgias eletivas causam divergências
As chamadas cirurgias eletivas são aquelas que não demandam emergência pelo fato das respectivas doenças não representarem risco direto à vida dos pacientes. Por isso, elas podem ser agendadas. Mas a demora para realização desses procedimentos em Arapongas, causada pela falta geral de profissionais, tem causado polêmica.Os números da fila de espera são divergentes. Enfermeira, a vereadora Angélica Ferreira informa que um levantamento extraoficial feito por sua assessoria indica que gira em torno de 1.100 pessoas, sendo as oftalmológicas as de maior demanda. Segundo ela, a solução do problema passa pela contratação de médicos e aquisição de aparelhos. “Como temos demanda reprimida grande, seria necessário primeiro um mutirão, para depois iniciar os atendimentos regulares”, defende. “Na saúde, não dá para esperar seis meses para agir. No caso das cirurgias eletivas, por exemplo, um cálculo renal, que não é tão grave, pode evoluir para uma infecção”, argumenta.O secretário municipal de Saúde, Alcides Livrari Júnior, rebate os números da vereadora. Conforme ele, entre 2011 e 2013, a fila é de cerca de quinhentas pessoas, a maior delas na espera por cirurgias de cataratas, com duzentos casos. Mesmo assim, ele admite que o número é grande. “É um assunto que nos preocupa, tanto é que procuramos diversas vezes o Governo do Estado para viabilizar as cirurgias, mas ainda não há nada”, afirma ele, ressaltando que o problema não é exclusivo de Arapongas.A principal causa da situação, prossegue, é o repasse aos profissionais da saúde feito pelo governo, considerado baixo pelos médicos. “Nas cirurgias de alta e média complexidade, o Hospital João de Freitas resolve. O problema está nas de baixa, cujos médicos não concordam com o valor pago pela “tabela SUS”, de pouco mais de R$ 100 por cirurgia”, explica Livrari. “A prefeitura está empenhada para resolver a situação”, completa.Enquanto não há solução, pacientes tem seus quadros agravados. Há 8 meses, a diarista Amélia (nome fictício) foi detectada com um mioma e terá que retirar o útero. Mais de dez tentativas depois, ela sequer conseguiu agendar a cirurgia. Nesse espaço de tempo, a patologia piorou. “O sangramento e as dores vêm aumentando. Se for pagar particular, custa R$ 4 mil. Não temos condição”, afirma a filha da diarista.SOLUÇÃO - Segundo o diretor-geral do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir), Miller Borba, a entidade prepara o credenciamento de hospitais e contratação de profissionais sob o preço da “tabela SUS” mais 50%, à custo município, para realização das cirurgias eletivas. Conforme o Cisvir, o município de Arapongas não paga consórcio há 5 meses.Segundo a 16ª Regional de Saúde de Apucarana, o Ministério da Saúde está prestes lançar um mutirão visando erradicar a demanda reprimida.
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