Centenas de funcionários desempregados após
operação do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que
lacrou 16 indústrias de confecções em Apucarana se reuniram, na manhã desta
quinta-feira (11), para fazer uma passeata pelas ruas centrais de Apucarana com
a finalidade de protestar.
Os desempregados gritavam palavras de ordem,
fizeram apitaço e seguiram a pé até a prefeitura com cartazes e
faixas com a frase "Queremos trabalhar". O objetivo deles é
reivindicar a recontratação dos trabalhadores das empresas lacradas. A
mobilização coincide com a visita do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) à
cidade.
A costureira Maria Aparecida Santos estava na manifestação.
"Hoje Apucarana é a capital do desemprego. Não temos nada a ver
com pirataria, precisamos e só queremos trabalhar", afirmou.
Outra costureira, Sueli Rosa dos Santos, também
reclamou da situação. "Há tanto tráfico de drogas e outros crimes piores
para serem reprimidos. Nós temos família para tratar e agora estamos nessa
situação desesperadora", desabafou.
O esquema - O esquema de falsificação e
pirataria, desbaratado pelo Gaeco em Apucarana na terça-feira (9),
utilizava cheques como "moeda corrente". Durante as diligências, os
promotores apreenderam mais de R$ 2 milhões em cheques em uma só empresa. Um
dos empresários detidos tinha em seu nome mais de 40 imóveis. Outro havia
acabado de comprar uma fazenda no valor de R$ 10 milhões. "Os cheques só
eram depositados em transações de terceiros. Nunca para pagar algo relacionado
às empresas usadas no esquema. É por isso que as atividades operacionais do
esquema ficavam escondidas", argumentou.
Os empresários são acusados de sonegar diversos
impostos com o esquema de falsificação. A Receita Federal ainda vai
avaliar o dano causado aos cofres públicos através do não recolhimento de
diversos tributos, como o PIS/COFINS e o Imposto de Renda.
Propina Os empresários também são acusados de
pagar propina a policiais civis de Apucarana. Dois investigadores e o então
delegado-chefe da cidade, Valdir Abrahão, foram detidos por suspeita de
acobertar e proteger o esquema em troca da vantagem indevida.
Além do
trio, outras 21 pessoas foram detidas durante a operação. Os policiais foram
encaminhados para Curitiba. Os demais estão presos na unidade dois da Penitenciária Estadual
de Londrina (PEL 2) e um policial militar da reserva está recolhido ao
10º BPM.
Todos são acusados de formação de quadrilha,
lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e corrupção - ativa e passiva.
FONTE
TNONLINE
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